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Edward Feser e o Jiu Jitsu: O que acontece quando esquecemos por que lutamos?

Edward Feser e o Jiu Jitsu: O que acontece quando esquecemos por que lutamos?

Vivemos em um tempo onde o mais importante parece ser o que funciona. Queremos saber o que dá certo, o que vence, o que traz resultado. Essa forma de pensar, muito influenciada pela ciência moderna, chegou também ao Jiu-Jitsu.

No livro A Última Superstição, Edward Feser critica justamente isso: a ideia de que só importa o que pode ser medido. Quando deixamos de lado os porquês e passamos a olhar só para os resultados, perdemos o sentido mais profundo das coisas.

No Jiu-Jitsu isso é fácil de ver. O esporte cresceu, virou profissão, e a busca pela vitória passou a guiar tudo.

As técnicas muitas vezes são feitas pensando em ganhar pontos lutar com o tempo no cronômetro — e não em manter a essência da luta. Ficamos bons em saber como vencer, mas nem sempre lembramos por que lutamos.

Na filosofia antiga, tudo tinha um propósito. A espada, por exemplo, não era só uma ferramenta. Ela tinha forma, função e estava ligada à honra de quem a usava. O mesmo vale para o Jiu-Jitsu. Ele não é só um conjunto de técnicas para ganhar uma luta. É uma arte que molda o corpo, a mente e o caráter. O objetivo maior não é a vitória, mas a transformação de quem pratica, um profundo desenvolvimento de virtudes.

Feser resgata a visão de Aristóteles e Tomás de Aquino, que diziam que o mundo tem um sentido, uma ordem. No Jiu-Jitsu, também precisamos lembrar que o treino tem mais valor quando nos torna melhores. Não só em técnicas e finalizações, mas em paciência, coragem, disciplina e humildade.

A gente esquece por que luta quando perde de vista o que a arte realmente é. Mas sempre dá pra lembrar. Quando isso acontece, cada treino volta a ter valor. Não só como meio para vencer — mas como um fim em si mesmo.

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Respostas de 30

  1. O Jiu-Jitsu ensina todos os dias que a maior vitória não está na medalha, mas no que a gente se torna no processo….

  2. Excelente texto mestre.
    Jiu jitsu me mostra a cada dia que não é sobre ganhar ou perder e sim se conectar, aprender, ensinar. Tanto com a arte, a filosofia e o mais importante com as pessoas.

  3. É muito interessante a madeira como faz associações da filosofia do jiu jitsu com diferentes filosofias,e como uma se conecta,e de muitas madeiras se completam tambem.

    1. O Jiu Jitsu é incrivel, quanto mais eu estudo filosofia, mas tenho certeza que o jiu jitsu é a melhor ferramenta para o desenvolvimento de virtudes.

  4. Sempre sábio! Ainda bem que o BJJ tem alguém jovem como você repleto de conteúdo para guiar os jovens que não tiveram contato pessoal e direto com os GRandes Mestres do JJ.

  5. Creio eu,que como viventes e sobreviventes, nessas metrópoles da vida, a arte marcial e a filosofia, deveria ser parte de nós constantemente, desde do nosso nascimento

  6. Essa é a grande essência do jiu-jitsu paciência, coragem, disciplina e humildade com tudo isso temos um bom caráter dentro e fora do tatame.
    Excelente texto 👏👏👏.

  7. Jiu Jitsu é forjamento humano.

    Gurgel, excelente comparação. A filosofia traz a reflexão. O Jiu Jitsu traz a DOMA da animalidade que cada humano possui.

  8. Jiu-jitsu e um estilo de vida,o jiu-jitsu tinha

    Que ser implantado na grade curricular das

    Escolas

    1. Nao sei se temos profissionais qualidficados o suficiente para essa demanda, mas se os pais se conscientizarem em colocar seus filhos no jiu jitsu já seria um grande passo.

  9. Tenho 64 anos, prático Jiu-jitsu a 30 meses.
    Fui para o jiu-jitsu por problemas de saúde e toda vez que piso no tatame há uma transformação no meu corpo e mente e volto para casa renovado e graças a Deus que me proporciona no tatame novos desafios, oss …

  10. Esquecer por que lutamos é perder de vista a alma da arte. Recuperar esse ‘porque’ é resgatar o caráter formativo do JJ. OSS

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